
O futuro é verde! Quem garante é o renomado arquiteto italiano Stefano Boeri, urbanista e professor do Politécnico de Milão. Em entrevista ao especialista em marketing, tecnologia digital e temas ligados à inovação Alberto Mattiello, dentro da programação do Fuorisalone.it (que tem cobertura exclusiva pela HAUS), Boeri enfatizou que as "pessoas precisam viver perto das árvores", que isto é uma "emergência", ao falar das mudanças climáticas e da necessidade de se promover o equilíbrio na biodiversidade como forma de reparar os erros que cometemos contra o meio ambiente e de proteger nossa fragilidade, explicitada pela pandemia do novo coronavírus.
"Não somos simplesmente vítimas, mas somos uma das razões das pandemias. Se não cuidarmos da complexidade da natureza, não entendermos que o equilíbrio entre diferentes espécies é o melhor caminho para evitar que o vírus [se espalhe] de outras espécies para a nossa espécie... A complexidade da biodiversidade é a melhor defesa. Temos que redefinir nossa relação com a natureza", aponta o arquiteto.

Munido de uma "obsessão verde", não é recente o olhar de Boeri para as questões que envolvem a convivência harmoniosa da natureza em meio ao caos das cidades. Pai do premiado Bosco Verticale, edifício residencial sustentável em Milão, na Itália, que é referência mundo afora e facilmente reconhecido pela exuberante massa verde que apresenta em sua fachada, o arquiteto também é responsável pelo projeto da primeira cidade eco-inteligente do mundo. Prevista para 2026 a cem quilômetros de Cancún, no México, a Smart Forest City terá 577 hectares, dos quais 400 destinados a parques, com 7,5 milhões de plantas e 260 mil árvores, sendo a primeira autossuficiente e sustentável do planeta.

É de Boeri, também, o recém-lançado projeto do Tirana Riverside, desenvolvido em parceria com o escritório de arquitetura SON-Group, a ser construído na cidade de Tirana, capital da Albânia, para ser o primeiro distrito pensado para um mundo pós-coronavírus. Com 29 hectares, o bairro terá edifícios pensados para que os moradores tenham a possibilidade de se isolar, se necessário, sem que precisem ficar longe do verde e mantendo o vínculo com a comunidade.

Para contribuir ainda mais com a multiplicação do número de árvores nas cidades, o arquiteto está à frente ainda do projeto Superverdes. Trata-se de um conceito modular componível capaz de inserir grandes maciços vegetais ou miniflorestas horizontais em espaços públicos. Além de plantas de diferente espécies e tamanhos, os módulos contam assentos para descanso, encontros e contemplação do verde.
"Todo o tipo de administração pública municipal pode fazer isso, porque ela pode ser uma instalação temporária e, ao mesmo tempo, nós podemos estudar como fazer esta presença verde mais estável", sugere Boeri.

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