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FiloSkin, projeto assinado pelo designer Valerio Di Giannantonio. Trata-se de um sistema especulativo que propõe um fio feito de H. Pluvialis, uma microalga capaz de produzir oxigênio, filtrando CO² do ar.
FiloSkin, projeto assinado pelo designer Valerio Di Giannantonio. Trata-se de um sistema especulativo que propõe um fio feito de H. Pluvialis, uma microalga capaz de produzir oxigênio, filtrando CO² do ar.| Foto: Divulgação

Não é novidade que a sustentabilidade é a menina dos olhos do design. Afinal, a busca por materiais e soluções capazes de responder às necessidades de vida e trabalho com o menor impacto possível ao meio ambiente é o único caminho quando se pensa no futuro de longo prazo do planeta. Mas ela não é a única estrela a guiar o trabalho de profissionais espalhados pelos quatro cantos do globo que veem no design uma ferramenta de empoderamento, de acesso e de ação também no âmbito social.

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Alguns destes profissionais compartilharam seus projetos e ideias no programa "Trip of Design", apresentado pelo designer, músico e produtor de audiovisual Suyog aka, conhecido como o The Fun Indian Guy, dentro da programação do Fuorisalone.it, que tem cobertura exclusiva pela HAUS até o próximo domingo (21). Conheça mais sobre eles e o trabalho que realizam.

Nifemi Marcus-Bello

Com sede em Lagos, na Nigéria, o nmbelloStudio, do designer Nifemi Marcus-Bello, busca soluções contemporâneas para móveis, produtos e instalações que têm a experiência do usuário como um dos conceitos centrais a partir do foco na comunidade e recursos locais.

Um exemplo é o projeto que apresenta uma nova proposta aos teares, realizado em parceria com a designer de moda Kenneth Ize, também nigeriana, que possibilitou aos tecelões terem mais praticidade e usabilidade ao mover, armazenar e usar os teares. Redesenhada juntamente com os artesãos, a peça pode ser desmontada até metade do seu tamanho original. Uma alça ergonômica também permite a eles transportarem o banquinho com maior facilidade.

Foto: reprodução
Foto: reprodução

"É importante criarmos soluções, mas também é importante como estas soluções geram empoderamento econômico para as pessoas na África", avalia Marcus-Bello, sem descartar a importância da sustentabilidade no processo e materiais utilizados em suas criações.

Keiji Ashizawa

O Tsunami que atingiu o Japão há cerca de dez anos foi o ponto de partida do Laboratório Ishinomaki, projeto encampado pelo arquiteto e designer Keiji Ashizawa, em Tóquio.

Fundada em 2011, a marca teve início com um workshop público que oferecia oficinas de bricolagem para a comunidade local como forma de reconstruir o que havia sido devastado pelo fenômeno natural e inspirar as pessoas a se conectarem com o design. Não demorou para que voluntários da Herman Miller se juntassem às oficinas, que deram origem à marca que utiliza materiais locais em produtos produzidos e consumidos localmente com fomas puras e simples.

Foto: reprodução <br />
Foto: reprodução

"Eu acredito fortemente que a ideia do local deve ser ainda mais expandida. Eu continuo tentando fazer produtos bonitos, uma arquitetura bonita. Mas depois do projeto Ishinomaki, [percebi] que a arquitetura e o design podem acessar a sociedade. É um pequena ação, mas nós podemos fazer alguma coisa como designers e arquitetos", completa.

Matteo Guarnaccia

A ênfase no local também fundamentou o projeto Cross Cultural Chairs, realizado pelo designer da Sicília, Matteo Guarnaccia, baseado em Barcelona. Por meio do móvel-ícone do design mundial, a cadeira, ele apresentou em um estudo antropológico as particularidades culturais dos oito países mais populosos do mundo que visitou, incluindo o Brasil.

Em cada um deles, Guarnaccia se uniu a estúdios e artesãos locais para desenhar e produzir um novo móvel, como forma de contrapor o impacto da globalização sobre a produção e o consumo do design.

Foto: reprodução
Foto: reprodução

"Eu não sei dizer se a globalização é boa ou ruim. Penso que quero trazer mais perguntas à minha geração: você realmente quer seguir uma única direção, como uma única nação, única bandeira? Ou queremos valorizar nossa cultura, nossa religião e ficarmos orgulhosos delas?", provoca o designer.

Cumulus Association

Fundada no início dos anos 1990, a associação funciona como uma plataforma que advoga pelo papel da arte e do design em fazer o mundo melhor. Prova disso está no "Cumulus Green 2020: For A New Circular Economy", competição voltada à responsabilidade no consumo e na produção de bens que apresentou três vencedores.

O primeiro deles é o projeto FiloSkin, assinado pelo designer Valerio Di Giannantonio, um sistema especulativo que propõe um fio feito de H. Pluvialis, uma microalga capaz de produzir oxigênio, filtrar CO² do ar e responder a mudanças no ambiente, assumindo cores diferentes, por meio de uma relação simbiótica com a pele, mitigando problemas ambientais e adaptando os humanos às condições de poluição.

 FiloSkin. Foto: reprodução
FiloSkin. Foto: reprodução | Divulgação

As algas também são a base do Bloom, rede de bio-reatores assinados por Natalie Ferry e Stefano Pagani. Com design funcional e estético, o sistema é integrado à decoração doméstica por meio de cortinas e esculturas de janelas pelas quais circulam algas que se aproveitam do calor e da energia absorvidas pelo vidro para se proliferarem, contribuindo para a produção em massa de biocombustíveis.

Bloom. Foto: reprodução
Bloom. Foto: reprodução

As designers Frida van der Drift Breivik e Frøya Thue também apostam nas algas, mais especificamente no cultivo delas, para uso em embalagens. Para contribuir com a meta estabelecida pela Noruega de produzir 20 milhões de toneladas de algas até 2050, elas estudaram as propriedades do biomaterial e propõe, com o DYPP, alternativas de uso dele como maneira de fomentar o cultivo das plantas aquáticas.

DYPP. Foto: reprodução
DYPP. Foto: reprodução

"O design tem um importante papel na economia circular. No design, nós fazemos importantes escolhas sobre materiais, se eles poderão ser usados um outras aplicações ou, infelizmente, irão para [lixões] ou incineradores", resume Simon Widmer, jurado da competição e designer da Ellen MacArthur Foundation, patrocinadora da competição.

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