
Um momento em que as pessoas poderão sair de casa novamente para ocupar as ruas tem sido um sonho para quem está em isolamento social. Para o designer italiano Luca Nichetto, é mais do que isso: é um projeto.
Por estar vivendo atualmente em um país que não teve uma experiência tão intensa de quarentena, a Suécia, ele pôde dar continuidade a uma parceria que estava desenvolvendo com a Metalco para a criação de um novo conceito de parklet, a linha Baia.
Conforme explicou em uma entrevista a Alberto Mattiello, diretor criativo da The Placemakers, durante a programação do FuoriSalone Digital, Nichetto está desenhando uma proposta de mobiliário urbano que passa uma mensagem clara para o futuro: as pessoas precisam substituir os carros na ocupação do espaço público.
No projeto, ele sugere um tipo de parklet, um sistema modular composto por elementos funcionais para criar áreas que combinam a sensação acolhedora de estar dentro de casa com a liberdade de estar lá fora, integrado com a natureza.
“É um tipo de plataforma que aproveita os espaços normalmente dedicados aos carros, mas com uma extensão da função do estacionamento para transformá-la em uma outra coisa, que possa ser aproveitada pelas pessoas”.
Essas “estações” urbanas consistem em estruturas metálicas e madeira multifuncionais. “Você pode relaxar, aproveitar o clima, socializar, até mesmo trabalhar. É um conceito que está conectado com a nossa vida dentro de casa, mas acontece lá fora”, explica ele.
A ideia, segundo Nichetto, é a de transformar as calçadas em áreas de convívio como são - ou, mais especificamente, como eram - as praças, como uma espécie de sacadas pública, ou espaços urbanos compartilhados.

Vida e pandemia como inspirações
A experiência de vida em sua cidade natal inspirou, de certa forma, o projeto de Nichetto. “Viver lá fora é muito diferente na Itália e na Suécia. Sou veneziano, nasci em uma ilha, e Veneza é muito peculiar, é o único lugar do mundo onde quase não há carros. Na Suécia, sinto falta da espontaneidade de poder sair sem me planejar, e quis traduzir um pouco isso”.
O designer reforça que é essencial que o mundo retorne da pandemia de coronavírus querendo aproveitar melhor as cidades. “Em toda crise, há novas oportunidades, e o coronavírus acelerou de certa forma mudanças necessárias que já existiam por causa da crise do meio ambiente. Essa crise atual vai nos fazer repensar os critérios a partir dos quais escolhemos os lugares que frequentamos. Uma das grandes mudanças é que a cidade volta a ser uma protagonista nesse tipo de vivência”, acredita.
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